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Café Amargo

ADOÇADO (OU NÂO) COM PEQUENAS NOTAS ...

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Saramago, a dissidência e a heresia

Quando alguém afirma que cresceu empapado de Cristianismo e se assume ateu, não usufruiu do direito à dissidência? E comete alguma heresia pela sua convicção de não crença na existência de Deus? E a crítica feita à Bíblia e as considerações tecidas sobre o Deus dos cristãos, que tanto alvoroço e tanta indignação levantaram, tornam-no herege?! Claro que não. Mas se se reivindica  o direito à heresia, onde encaixa o dever de respeito e de tolerância pela liberdade religiosa dos outros? O direito de um seria a negação do direito do outro. O direito do herege seria limite e ataque ao direito de crente religioso. Tem cabimento advogar tal direito? Quem lança uma heresia em relação ao credo religioso de outrem, tem direito de a cometer? Estranha-se, pois, tal reivindicação da parte de quem vive numa sociedade ocidental que é tolerante com as crenças religiosas. Nos países onde o fundamentalismo religioso é tão radical e desafiante à livre expressão crítica da religião que se professa, tal questão não se põe. A crítica à religião é heresia que, tomada como blasfémia, resulta em perseguição feroz e condenação dos hereges. Veja-se como o Ayatollah Khomeini do Irão reagiu ao livro Versículos Satânicos de Salomon Rushdie, escritor que passou a ser considerado herege para a religião Islâmica.

Quando se reivindica o direito à dissidência, associa-se, de imediato, a não aceitação dos dissidentes e vem à memória a ex-potência que, épocas atrás, teve os seus Gulags. Não havia críticos. Não havia opositores. Nem pensar em dissidentes. Certamente que vêm à mente, também, aqueles países como a Coreia do Norte, Cuba, ..., onde militância do não reconhecimento dos direitos humanos se traduz na repressão à convicção, opinião e opção políticas dos dissidentes.

Liberdade de pensamento, de consciência, de expressão, de informação, de religião e crenças estão consagrados na ''Declaração Universal dos Direitos do Homem'' e na ''Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia''. José Saramago, prémio Nobel da Literatura, tinha convicções e não se coíbia de as assumir, mesmo que polémicas. Contudo, o escritor José Saramago acabou por reconhecer que se excedeu nas apreciações. Mas excessivo foi ouvi-lo dizer que nos direitos fundamentais do Homem faltam consagrar os direitos à dissidência e à heresia. Haja paciência, que Deus é magnânimo! Sabe perdoar.

 

mariam

Alegria e risos serão escassos, mas vivamo-los!

Vivemos sob os desígnios da crise que paira sobre as nossas vidas. Atravessamos os dias carregando penosamente o sofrimento e o cansaço físico que sobram do desgaste emocional que as contrariedades nos provocam. Por um instante, pensemos que o quotidiano também nos reserva momentos de alegria e risos. Serão escassos, mas vivamo-los! Não os desperdicemos. Os dias correrão com mais leveza e ânimo, marcas que só os momentos felizes imprimem nas nossas vidas.

 

mariam

Um tom pardacento envolve novembro

Um tom pardacento, pesado, instala-se e envolve novembro que, no lento definhamento que lhe invade os dias e submisso à inexorável vontade estacional que o outono lhe impõe, nos presenteia com o vento e a chuva que fazem o prenúncio do inverno.

 

mariam

Lá íamos de mãos estendidas...

E, como no passado, em 2011, de mãos estendidas, lá íamos pedir (era tarde para negociar) um resgate externo. E o FMI, desta vez, não vinha só. Consigo, trazia o BCE e a EU. Era a Troika que chegava a Portugal. Auditava as nossas contas e impunha as suas regras. Nas nossas mãos estendidas, depositavam uma nova ajuda financeira e as suas condições: medidas austeras, reformas e as decisões duras e penalizadoras.

 

mariam