O novo ano chega envolvido em mais austeridade que em esperança. Façamos um brinde a 2012 e dêmos ênfase à esperança. É urgente que interiorizemos que a esperança e a vida estão para além da austeridade que, em 2012, marcará o nosso quotidiano.
Na véspera de Natal, o aroma da canela espalhava-se pela casa. Era um dia de azáfama para a minha mãe que fazia os doces tradicionais e não faltavam as rabanadas, os coscorões, a aletria, o pão-de-ló e os mexidos (formigos como são conhecidos no Minho) e eram à rico, como dizia um camarada do meu pai, o Sr. Monteiro, porque, além do mel e do vinho do Porto, levavam amêndoas, nozes, pinhões, avelãs e passas de uva. Em cada Natal, as memórias desses tempos intensificam-se porque as tradições continuam vivas.
O nosso Natal está desvirtuado pelo consumismo que nos contagia mesmo que sejamos contrários à aceitação deste sistema de vivência que a época natalícia vem tomando. Ainda que vivamos uma crise que nos dita a limitação ao consumo, acabamos por embarcar nas "armadilhas" do marketing publicitário que está muito bem apontado para o alvo que melhor responde à publicidade e que tão bem sabe amolecer a nossa vontade: as crianças.
Somos sempre os mesmos a responder aos sacrifícios. A classe política conta sempre connosco. Somos o grupo do "voluntariado forçado". Somos como que uma mina inesgotável, somos a resiliência de um povo.