África oferece-me gratas recordações. Recordo aquele miradouro onde, ainda jovem, o Padre Alexandre, sempre de batina branca, se sentava a olhar o mar. Aparecia na sua Lambreta, chegava e distribuía “santinhos” pela miudagem que logo o rodeava. Depois retomávamos as nossas brincadeiras e jogos e ele, D. Alexandre do Nascimento, mais tarde, Cardeal e Arcebispo de Luanda (emérito), recolhia-se ao silêncio e à contemplação.
Recordo aquele miradouro ao fundo da rua, virado ao mar, onde contemplava o pôr-do-sol. E a memória traça aquela linha imaginária onde os azuis do céu e do mar se tocavam e os matizes de vermelho e laranja, incandescentes, espalhavam toda a beleza do sol que se escondia para dar lugar ao silêncio da noite, quebrado, apenas, pelos sons ritmados de uma qualquer batucada vinda do mar, lá ao longe, na ilha dos Pescadores.