Lembro o morro que se avistava lá de casa. Aquele extenso morro vermelho que explorava de um lado ao outro! Quantas as ossadas humanas por lá encontrava!... Um mistério! Ouvia contar que eram de soldados do tempo da Guerra Mundial. E qual delas? Seriam? Abeiro-me daquela encosta íngreme, bem virada ao mar. Parece que o morro quer precipitar-se na estrada que segue junto à praia. Paro. Do alto do morro, olho aquela imensidão azul. Céu e mar que se tocam. Ao longe, entre a areia da praia e a linha do horizonte, vejo as canoas que descansam na pequena ilha dos Pescadores, perdida naquele azul-mar.
Pobre país, cada dia mais enfermo. Terapêutica escolhida: mais austeridade! Teimosia dos curandeiros. Reajustamento da receita. Agressivo. Dosagem brutal. Dói. A advertência de que a nova prescrição vai agravar, ainda mais, o quotidiano que já é difícil. Insuportável. Tratamento violento. Terapia de choque, sem garantia de cura. E a certeza de efeitos recessivos. Futuro incerto. A cegueira dos curandeiros experimentalistas num país exangue.